HAWAII

Eugenio passa o verão cuidando da casa de campo dos tios, buscando inspiração para um livro. Já Martín está desempregado e se candidata a cuidar da casa e reformar tudo que for necessário. Eles foram amigos na infância e agora se veem isolados nesse microcosmo, onde lembranças e brincadeiras puxam olhares furtivos, memórias partilhadas e sorrisos desviados.
A princípio, não fica claro se algum dos personagens se reconhece como homossexual, mas é óbvio que não tem tal certeza sobre o outro. Dessa forma, a sedução entre eles leva um tempo cauteloso, furtivo, que faz lembrar o sentimento de segredo da adolescência gay. O espectador fica impaciente, nervoso, frustrado. São os mesmos sentimentos dos personagens, é a mesma tensão, e é aí que reside o toque de gênio. Nos tornamos cúmplices de Eugenio e Martín, esperando para ver se a relação deles vai evoluir para qualquer coisa, ainda que um simples toque.